Factos e mitos sobre incontinência urinária
Sabia que um em cada 5 portugueses acima dos 40 anos sofre de incontinência urinária?
Neste artigo poderá aprender a distinguir os factos e mitos sobre incontinência urinária que é muito comum, mas pouco falada.
Perde urina quando tosse, espirra, faz uma corrida ou quando levanta os sacos das compras
Costuma sentir uma vontade repentina de ir à casa de banho e não consegue conter a urina?
Se a resposta for positiva então pode sofrer de incontinência urinária. Uma situação patológica que afeta 20% da população portuguesa com mais de 40 anos.
Os dados são da Associação Portuguesa de Urologia e da Associação Portuguesa de Neuroulogia e Uroginecologia
Alertam ainda para o facto de apenas 10% das pessoas que sofrem de incontinência urinária procurarem ajuda médica, o que as impede de alcançar a cura.
1. A incontinência afeta mais as mulheres.
Facto. A incontinência urinária é mais frequente nas mulheres (33%) do que nos homens (16%) – Segundo os dados da Associação Portuguesa de Urologia e da Associação Portuguesa de Neuroulogia e Uroginecologia
Por exemplo, entre os 45 e os 65 anos a proporção de casos de incontinência urinária é de 3 mulheres para cada homem.
A gravidez, os partos vaginais ou as alterações hormonais ligadas à menopausa que favorecem um relaxamento da tonicidade muscular do períneo são alguns dos fatores de risco de incontinência urinária.
2. A incontinência urinária só afeta as pessoas idosas.
Mito. Apesar de o risco de incontinência urinária aumentar com a idade (o aparelho urinário muda ao envelhecermos), qualquer pessoa pode ter sintomas de incontinência urinária.
“Em qualquer idade”, a continência (capacidade de urinar em circunstâncias social e higienicamente aceitáveis) depende não só da integridade do aparelho urinário baixo, mas também de uma adequada função cognitiva, mobilidade, motivação e destreza manual”, explica Miguel Ramos, urologista do Hospital Lusíadas Porto.
3. É normal perder urina de vez em quando.
Mito. A incontinência urinária nunca é normal, interfere muito com a qualidade de vida da pessoa e tem solução na maior parte dos casos. Assim, qualquer perda involuntária de urina após os 5 anos de idade deve ser considerada um problema médico.
4. As infeções urinárias podem provocar incontinência urinária.
Facto. As infeções urinárias de repetição podem causar incontinência ao tornarem a bexiga hipersensível e agravar uma incontinência já existente.
5. A incontinência urinária nunca tem cura.
Mito. Nas últimas décadas registaram-se importantes progressos científicos nesta área.
Neste momento há várias formas de tratamento da incontinência urinária – com medicamentos ou técnicas de reabilitação e, se for necessário recorrer à cirurgia, a maioria não implica internamento, assinalam a Associação Portuguesa de Urologia e a Associação Portuguesa de Neuroulogia e Urinoginecologia.
No caso da incontinência urinária de esforço, o tratamento cirúrgico tem um papel muito importante nos dois géneros e a cura é possível em cerca de 90% dos casos, afirmam as mesmas fontes.
Quanto à incontinência urinária por imperiosidade, o tratamento feito com recurso a fármacos orais consegue melhorias sintomáticas na maioria das pessoas. A par dos tratamentos é importante adaptar comportamentos que previnam a ocorrência das perdas de urina, tais como controlar a ingestão de líquidos, excluir alguns alimentos e bebidas que estimulem a bexiga ou programar um intervalo de tempo fixo para urinar, segundo as recomendações do médico.
6. Não é possível tratar a incontinência urinária nas idades mais avançadas.
Mito. A idade, só por si, não é contraindicação para tratamento da incontinência, explica Miguel Ramos.
“Nas pessoas idosas, a incontinência está frequentemente associada a problemas fora do aparelho urinário (alterações da mobilidade, doenças neurológicas, fármacos, infeções, etc.), sendo muito importante identificá-los pois estes podem ser defeitos temporários e curáveis”, acrescenta o urologista.
É, por isso, preciso analisar cada caso com atenção. “Neste grupo etário a incontinência é multifatorial, necessitando, portanto, de uma abordagem multifatorial, persistente, otimista e criativa.
Assim, a incontinência é habitualmente tratável e frequentemente curável, mesmo nos indivíduos mais enfraquecidos”, acrescenta o especialista. Como tal é importante não desvalorizar os sintomas mesmo nas idades mais avançadas. “Embora as pessoas, os familiares e por vezes os profissionais de saúde tenham tendência a negligenciar a incontinência, ou a considerá-la como parte normal do envelhecimento, a incontinência nunca é normal”, explica Miguel Ramos.
7. Se tiver incontinência urinária devo reduzir o consumo de café e de álcool.
Facto. Há algumas bebidas e alimentos que podem afetar as bexigas mais sensíveis, reforçando a sensação de urgência em urinar. São elas:
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Bebidas que contêm cafeína
Bebidas como o café, chá e alguns refrigerantes estimulam a bexiga ao intensificar a sensação de ter de ir à casa de banho;
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Bebidas alcoólicas
O álcool afeta as mensagens enviadas para o cérebro, levando a que haja menor controlo do momento em que deve ir à casa de banho;
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Bebidas gaseificadas
O dióxido de carbono pode irritar uma bexiga sensível;
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Alimentos mais ácidos
Os alimentos muito ácidos, como os que estão concentrados nos sumos de ananás, de laranja ou limonadas podem afetar as bexigas mais sensíveis, reforçando a urgência em urinar;
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Comida picante
Tal como a cafeína, a comida picante irrita o revestimento da bexiga.
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