Incontinência Urinária e Doenças Crónicas: Como Estão Ligadas e o Que Fazer

A incontinência urinária é uma condição que afecta milhões de pessoas em Portugal e no mundo, sendo mais comum entre mulheres e idosos, mas também presente em homens e adultos jovens. Apesar de muitas vezes ser um tema delicado, é essencial falar abertamente sobre o assunto, sobretudo quando está associado a doenças crónicas como a diabetes, a hipertensão e doenças neurológicas.

Estas condições podem ter um impacto significativo na função da bexiga e no controlo urinário. Felizmente, existem formas eficazes de gerir tanto as doenças crónicas como os sintomas de incontinência urinária.

O que é a Incontinência Urinária?

A incontinência urinária é a perda involuntária de urina. Pode variar entre pequenos escapes ocasionais até perdas mais acentuadas que comprometem o dia a dia. Os tipos mais comuns incluem:

• Incontinência de esforço: ocorre ao tossir, rir, espirrar ou fazer esforços físicos.
• Incontinência de urgência: vontade súbita e intensa de urinar, sem tempo para chegar à casa de banho.
• Incontinência mista: combinação das duas anteriores.
• Incontinência por transbordamento: perda contínua de pequenas quantidades de urina devido a uma bexiga cheia.

Doenças Crónicas e o Impacto na Função Urinária

1. Diabetes Mellitus

A diabetes pode causar neuropatia diabética, danificando os nervos que controlam a bexiga, o que pode resultar em:

• Perda da sensibilidade urinária.
• Dificuldade em esvaziar completamente a bexiga.
• Aumento da frequência urinária e perdas involuntárias.

Além disso, níveis elevados de glicose aumentam a produção de urina, o que pode agravar a incontinência.

2. Hipertensão Arterial

A hipertensão em si pode não causar incontinência, mas o uso de diuréticos como parte do tratamento pode:

• Aumentar a necessidade urgente de urinar.
• Levar a perdas de urina, especialmente em pessoas com mobilidade reduzida.

3. Doenças Neurológicas

Condições como Parkinson, Alzheimer, AVC e Esclerose Múltipla afectam a comunicação entre o cérebro e a bexiga, originando:

• Perda de controlo voluntário da micção.
• Dificuldade em esvaziar a bexiga.
• Episódios de incontinência súbita ou por transbordamento.

Estratégias para Reduzir os Sintomas de Incontinência Relacionados com Doenças Crónicas

1. Gestão das Doenças Crónicas

• Diabetes: Manter os níveis de glicose sob controlo é fundamental.
• Hipertensão: Ajustar a medicação com orientação médica pode ajudar.
• Doenças neurológicas: Requerem acompanhamento conjunto de neurologistas e urologistas.

2. Exercícios de Fortalecimento Pélvico

A fisioterapia pélvica, com destaque para os exercícios de Kegel, é altamente eficaz para:

• Reforçar os músculos do pavimento pélvico.
• Melhorar o controlo da bexiga.
• Reduzir os episódios de perda urinária.

3. Mudanças no Estilo de Vida

• Adoptar uma alimentação equilibrada.
• Evitar bebidas irritantes como cafeína e álcool.
• Reduzir o consumo de líquidos antes de dormir.
• Evitar o tabaco, que enfraquece os músculos pélvicos.

4. Consulta com Especialistas

Profissionais como urologistas, ginecologistas, fisioterapeutas pélvicos e endocrinologistas podem oferecer um plano de tratamento personalizado para cada caso.

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Conclusão

A incontinência urinária relacionada com doenças crónicas não deve ser vista como algo inevitável. Com o diagnóstico adequado, tratamento personalizado e uso dos produtos certos, é possível melhorar significativamente o bem-estar e recuperar a confiança.

Se sente que a sua qualidade de vida está a ser afectada por perdas urinárias, não hesite em procurar ajuda. E lembre-se: na Incontinência Portugal, estamos consigo em cada etapa.